terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eu ando sem tempo
Sem tempo para coisas básicas, para coisas que eu gosto, para coisas que sou obrigada a fazer, para coisas essenciais e para as superfulas também.
Pelo ritmo que eu atualizava o Rabiscos, talvez fosse mais racional avisar aqui um hiatus, uma pausa necessária, fechar as portas, guardar o lápis...
Eu disse que seria a decisão mais racional...mas não a mais coerente.
Eu escrevo para mim e acabo descobrindo que escrevo para você também.
Para você que gosta das minhas palavras, que se encontra nos meus rabiscos, para você que é tão meu amigo porque tão parecido - em alguma caracteristica qualquer - comigo, para você que em algum momento da vida viveu alguma dor ou alguma alegria que eu também vivi.
Eu escrevo para mim e para você.

E, tendo companhia nessa minha louca lucidez, não posso abandonar meu bloco de anotações, não posso fechar as portas, não posso simplesmente me voltar para a vida real onde as pessoas me olham sem me enchergar. Sou mais do que o seus olhos podem ver e somente aqui eu sei que isso pode ser constatado.

Aqui é meu divã. Minha terapia em grupo. É onde relato todo o inconfessável. Abro o coração, a gaveta da alma. Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis.

Então é isso...o Rabiscos está meio parado, postagens escassas, mas aqui do outro lado o mundo anda girando, a vida acontecendo e eu vou compartilhando aos poucos, porque não devemos guardar as coisas só pra gente...As ruins precisam ser compartilhadas para que se tornem menos desgastantes, e as boas para que a alegria seja multiplicada.

Obrigada pela companhia.

domingo, 23 de outubro de 2011

Fugir, nadar e amar ou quando nao adianta fugir


Eu disse que eu ia fugir, trocar de rua, de horário, de rotina.
Disse que ia afundar no trabalho, focar no lado prático da vida.
Ia desviar o olhar do seu, ia enganar o desejo, não ficaria mais inebriada pelo som da sua voz.
Eu disse que ia esquecer. E tentei.
7 dias, o numero magico, fiquei longe. Consultei o coração e todos os orgãos envolvidos, estava tudo ok, podia te ver novamente, meu cérebro mandou mensagens (falsas) de que eu estava imune.
Que tolice, que tolice.
Você abriu o sorriso que diz tudo quando me viu.
Gritou meu nome há 30 metros de distancia, jogou um beijo. Eu sorri, continuava confiante de que agora nutriria a amizade boa.
Tola tola tola.
Você me segurou forte, foi explicito, falou dessa vez sem se preocupar com quem estava perto. Disse com todas as palavras o que há dias, semanas, eu estava tentando não falar. Verbalizou os sentimentos com um punhado de palavras que pareciam metralhar minha convicção de que a paixão platônica unilateral havia sucumbido a um sopro de razão.
Ingenuidade, ingenuidade.
Me carregou no colo literalmente e eu pensei que essa cena só ia existir nos meus doces delirios.
Não houve beijo apaixonado de novela, não houve sexo, só tato, e  houve aquela magia que eu não vivia desde a adolescencia...Aquela descoberta de pele, de toque, o primeiro passo, a revelação física daquilo que os olhares já denunciavam. Senti sua mão pela primeira vez de uma forma decidida..não era um esbarrão, era um movimento voluntário. Mão na nuca, na cintura, envolvendo o corpo inteiro tudo pela descoberta, todos os movimentos atendendo aos apelos suplicantes de muitos dias.
Ouvi confissões das sensações vividas no primeiro dia que me viu. Não, eu não estava tendo falsas impressões.
Houve um cantarolar no pé do ouvido. Cenas que eu só via nos filmes....mas ainda assim longe de ser aquele clichê romantico, havia diversão, tesão, apixão, tudo misturado e selado pela cumplicidade de que está vivendo a mesma situação.
Dois bobos, ofegantes, de roupa de banho, num canto da piscina, em uma noite onde apenas os refletores se esforçavam para iluminar o ambiente, uma música cheia de melodia ao fundo, um olhar que encherga mais do que os olhos podem ver, um sorriso de quem confidenciou tudo e não está mais querendo fugir de nada. Uma entrega. Um aperitivo para a fase nova. A confisão de que é reciproco. A vontade do beijo que não se realizou. Ambos sonhando com o momento mágico em que isso vai se calar e não será mais preciso palavra alguma.
Havia umas 2 ou 3 pessoas por perto. Mas, parecíamos tão a sós. Foram dentes e sorrisos, mãos braços, beijos, abraços, pêlos, bocas, apelos, cabelos, poses, tudo junto e misturado, sem pudor dos olhares das testemunhas alheias ao que acontecia. Talvez porque não estivesse acontecendo nada que fosse visivel a terceiros. Estavamos sendo transportados para uma outra dimensão onde só existia nós dois.
Ai? Eu voltei pra casa. Porque não adianta fugir. Não adianta criar expectativas. Não adianta tentar mudar o curso natural das coisas. Está acontecendo e só me resta viver, aproveitar cada alegria desse momento e ser feliz.
Evitar o inevitável dá muito trabalho.
Não é amor. Mas é uma força estranha. E ultimamente as forças estranhas me encantam mais do que o tão falado amor romantico e perfeito quase inexistente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quero, mas não posso.

Eu andei fugindo, correndo o mais rápido que eu pude...
Evitei os seus olhos, respirei fundo, mantive o foco...
Repeti mentalmente todas as razões pelas quais devo resisitir aos impulsos que você me causa.
Tentei olhar para os lados, para os outros, para aqueles que só conseguem retirar de mim um sorrisinho simpático, nada parecido com o brilho no olhar, o rubor na face, o impeto do abraço que você desperta.
Tô tentando.
Tô tentando não gostar tanto de você. Tentando não querer nada mais que um cumprimento educado. Lutando para não me trair e ser flagrada por você enquanto te admiro de longe.
Tapei meus ouvidos para suas frases cheias de significados, seu sorriso enigmático, seu beijo no canto de lábio tão desafiador do meu autocontrole.
Não permito mais que você enconste a ponta do nariz no meu testando meu autocontrole porque ele foi atingido e já não sei mais se me pertence.
Tô tentando não pensar mais em você.
Tentando controlar minhas mãos que insistem em te buscar.
Tentando mudar de rua, trocar o percurso, sair do seu horário.

"Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar...."

.....mas agora não.

domingo, 9 de outubro de 2011

Links legais da semana #14


domingo, 2 de outubro de 2011



Hoje é domingo, e normalmente eu deveria postar links legais que colacionei durante a semana.
Até tenho alguns comigo, mas não quero fazer isso...
Não quero colocar links...

Hoje estou no auge da solidão, da pior espécie. Aquela solidão que bate quando há muita gente por perto, mas ninguem com quem você possa abrir o coração. Muita gente ao lado enquanto você é condenado a sobreviver a solidão do seu infinito particular.

Queria falar para alguem o que anda se passando aqui dentro. A confusão que há. A luta de mim comigo mesmo. Coração numa batalha árdua com a razão. O lado prático tentando nocautear todo o apelo físico. O discurso tão firme sendo traído pelo desejo insano.

24 horas sem conseguir pensar em outra coisa e felizmente amanhã é segunda feira e poderei mergulhar no adorável mundo do trabalho e ficar, ao menos, 9, 10 horas sem ser crivada por lembranças e pensamentos que apertam o peito.

O pior talvez não seja estar sentindo tudo isso...O pior talvez seja não poder confessar o sentimento. Nao ter pra quem admitir que aquela casca dura foi quebrada. Que alguem, com muito jeito, anda escalando os muros que construi ao meu redor. O ruim é manter a pose durona, "autosuficiente"...Começo a temer que toda minha convicção esteja sendo abalada.

Isso me irrita muito.
E me entristece não poder compartilhar. Queria falar, queria dizer como é, o que houve...queria alguem para segurar minha mão e me ajudar a correr pra longe. Não me encoraje,  todo o meu corpo e coração já estão me encorajando demais e não sei até quando serei capaz de aguentar firme, inabalável.
Meu exército está muito debilitado.

Hoje a solidão me dói. Não há ninguem para desabafar, ninguem para me ajudar a drenar essa avalanche de sentimento e quereres.

Domingo chato.
Caminhei mas não adiantou. Levei Nando Reis e Frejat comigo. Não adiantou. Aliás, Nando Reis sempre me acompanha nessas fases criticas em que o coração começa a fraquejar...

Só me resta torcer para que minha sanidade me mantenha a salvo. Minha razão vença a batalha. Não quero, não posso, não devo...É um bolo de chocolate suculento servido no meio da dieta...as consequencias não são boas e o prazer é passageiro.

Vem sentar do meu lado, me ouvir e me ajudar a correr pra longe daquilo que meu corpo e coração mais quer??