Eu li : Quase Tudo - Danuza Leão

Conheci Danuza Leão ano passado. Quer dizer, ela acenou na minha vida ano passado, numa época bem confusa, uma fase meio fênix renascendo das cinzas. Semestre passado - pra ser bem mais precisa - foi uma época difícil...difícil mas gostosa porque eu vivi uma metarmofose e, como toda mudança, a transição não é indolor, você sofre um pouquinho que é pra viver melhor lá na frente. E foi bom. Talvez até me permita parafrasear o grande poeta (#NOT) Roberto Carlos e dizer que se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi (pronto agora chutei o balde e estraguei o post).
Mas voltando ao assunto, antes Danuza era apenas uma senhorinha elegante que (nessa foto ai em cima) se parecia um pouco com a minha mamadi. Era com esse olhar que eu a via. Não sabia bem quem ela era: se socialite, se colunista, se mulher chique- elegante-sincera, se uma espécide de Gloria Kalil da década de 60..enfim, eu não fazia idéia de quem era e de quem tinha sido essa mulher.
Mas aí, um dia, me chegou às mãos uma revista Cláudia (da mesma forma como chegam às nossas mãos aqueles livros que o universo conspira para que você leia) e lá, entre dicas de beleza, de como cuidar dos filhos (que eu não tenho) e dos pets (que eu tenho dois), havia uma coluna dela...uma coluna em que ela me dizia coisas (sim, porque ela escreveu pra mim ainda que ela não saiba) que me ajudou a resolver um grande dilema na época, era como se uma pessoa que já tivesse vivido exatamente o que eu estava vivendo (cada uma com suas peculidades, claro) estivesse me dizendo o que fez, como se saiu e me aconselhando indiretamente.
Essa cronica em especial me tocou de tal forma que eu arranquei a página da revista e guardo até hoje com carinho :-)
Comecei então a procurar mais cronicas da Danuza, vasculhei o criado mudo da minha cunhada que tem vááárias Claudias e fui me encantando ainda mais.
Foi rápido que descobri que Danuza é autora de 5 livros, sendo que um deles é sim de etiqueta (tinha que ser né?).
Mas o que eu queria ler mesmo era Quase Tudo, uma autobiografia...e foi este o primeiro livro que pedi no Trocando Livros

Quase Tudo é um livro de memórias onde Danuza Leão conversa com o leitor. É como sentar em um lugar e ouvir o que ela tem a nos dizer. De forma leve, gostosa, simples, ela conta sua vida desde quando era criança em Itaguaçu, Espírito Santo e nos introduz nos bastidores dos grandes acontecimentos das décadas de 50 a 2000. Eu ri e chorei com ela nesse livro. Danzua era amiga de Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes, Lilly Marinho e tantos outros famosos, era irmã de Nara Leão, e foi casada com Samel Wainer...uma constelação de amigos.
É uma forma de ver os acontecimentos (como o Golpe Militar, a disputa política da época e o nascimento da MPB) num enfoque intimista dos personagens que fizeram a história cultural, social e política de nosso país.
Mas mais do que um relato simplista dos acontecimentos de uma vida, Quase Tudo é lição de vida em 220 páginas. Ela sim nasceu e renasceu das cinzas, uma, duas, tres várias vezes. É uma mulher forte, de personalidade única, que me conquistou ainda mais. Um exemplo de independencia e força. Ela foi tanta coisa e passou por tantas experiencias que parece que viveu mil vidas em uma.
Danuza Leão viveu, e como viveu...e vive!
Ah, o livro é ainda recheado de fotos dela, fotos profissionais e fotos de família, uma delícia...
Leitura recomendadíssima.

Danuza Leão na Revista Cláudia - http://claudia.abril.com.br/colunistas/danuza-leao/
Coletâneas de textos de Danuza Leão - http://danuzaleao.blogspot.com/