sexta-feira, 14 de maio de 2010

sobre o amor #1




Eu não quero que me peçam em casamento na porta do castelo da Cinderela na Disney à meia-noite durante os fogos da grande parada, ao som do tema da Bela E a Fera.
Na verdade eu nem sei se quero que me peçam em casamento e se minha resposta ao pedido será o esperado "sim".
Mas se isso acontecer, por favor, faça ao som de Against All Odds, de preferencia cantada por Westlife...e não me peça diretamente, me faça acreditar que eu sou a única capaz de fazer você feliz.Deixe isso claro. E sorria, sorria com aquele sorriso Colgate que fazem os seus olhos brilharem como brilharam na primeira vez em que me viram.
Esqueça o futebol, às partidas de Street Fighter, o carteado, os seus amigos, o carro, o tomate seco da sua mãe...nesse momento me faça acreditar que eu sou importante e sou a peça que faltava no quebra-cabeça da sua vida.
Toda essa conversa sobre individualidade, e blá-blá-blá, deixe pra lá, é implicito, não precisa falar.
Não quero saber quanto vai custar a festa, nem tampouco onde vai ser a lua-de-mel. Nem me fale que aquela sua prima que tem uma queda por você desde criança e é miss Acre vai vir à cerimonia.
AH, e use a sua loção pós-barba e umas gotinhas do Malbec que é pra garantir que o momento vai ficar marcado na minha - fraca - memória.
Não escolha um restaurante japones apesar desse ser meu preferido, não quero estar com gosto de peixe na boca quando minha garganta secar de emoção.
Me leve num lugar simples onde eu possa ver o céu e faça isso num fim de tarde de inverno que é pra garantir que o céu estará no tom mais perfeito de vermelho, laranja e azul.
O anel não precisa ser o mais caro ou o mais cravejado de brilhantes, da joalheria mais cara ou da coleção mais atual. Pode ser simples, não muito fino, nem muito grosso, mas não esqueça de ter gravado nele algo original e pessoal, como nossos apelidos ou uma frase fofa utilizando o numero que eu mais falo - 157 milhões, 931 mil. Não o coloque numa caixa coberta de veludo com laçarote. Me surpreenda. Embale num saquinho de papel craft, numa embalagem de figurinha do Amaré, cole nos fundos de um Ouro Branco.
Se uma lágrima rolar no meu rosto, não me faça enterrar a cabeça no seu peito...me olhe com ternura, acaricie minhas bochechas e me abrace com amor.
E depois, depois de tudo, com o anel na mão, me deixe saborear a sensação de exibi-lo. Me deixe olhar bem pra ele durante horas, me deixe falar e romantizar. Me deixe viver o momento.
Na manhã seguinte me mande um buquezinho de tulipas ou gérberas com um bilhetinho falando da noite anterior - que nem você fez quando me conheceu e me acordou com um SMS todo doce e apaixonado (e olha que nem tinha me beijado!!)
E por fim me ame, mesmo com todos meus defeitos, nóias e brincadeiras politicamente incorretas. Me aceite do jeito que eu sou, e quando eu fizer tolice, apenas me pegue pelas mãos e me ame mais.

2 comentários:

Alice Voll disse...

bah, que lindo!
agora quero ouvir sá musga, vou caçar!

Karine disse...

Que lindo!